O Grupo Americanas S.A. recentemente chocou o mercado ao informar, R$ 20 bilhões em “inconsistências” contábeis referentes a exercícios anteriores, incluindo 2022, o que pode acarretar no vencimento de dívidas de R$ 40 bilhões.
Ações caindo, credores insatisfeitos, trabalhadores na corda bamba e a recuperação judicial. Entenda o que ocasionou a crise.
O caso veio a luz quando a Americanas enviou um comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) – autarquia responsável pela regulação do mercado de capitais no Brasil, após fechamento da bolsa, sobre inconsistências em suas finanças.
Diante do comunicado, a CVM comunicou ao mercado a abertura de três processos de investigação, com o fim de apurar as inconsistências indicadas pela empresa, isso porque, por ser uma empresa de capital aberto, deve ser realizado uma auditoria para identificar os danos e, principalmente, a responsabilidade da empresa sobre o ocorrido, como por exemplo, se houve omissão ou má fé.
No comunicado, a empresa confirma que seus diretores venderam milhões em ações antes de anunciar o déficit” e que o diretor da companhia, Sérgio Rial, deixou o cargo nove dias após assumir a empresa com André Cove, que também já não faz parte da diretoria.
No pregão antes do anúncio do déficit, as ações da Americanas (AMER3) valiam R$ 12,00, e após, esse valor chegou a R$ 1,76, com variação diária de -6.84%.
Instaurado o caos, a empresa obteve através da decisão do juiz titular da 4º Vara Empresarial do Rio de Janeiro, Paulo Assed Estefan, tutela cautelar antecipada suspendendo toda e qualquer possibilidade de bloqueio, sequestro ou penhora de bens da empresa.
A decisão também adiou a obrigação da companhia de pagar suas dívidas até que um provável pedido de Recuperação Judicial fosse feito à Justiça. A fundamentação da empresa foi de que a descoberta do rombo pode acarretar “no vencimento imediato de dívidas em montante aproximado de R$ 40 bilhões”.
Com a decisão, e após duas solicitações à Justiça, o BTG Pactual S.A. conseguiu o direito de bloquear R$ 1,2 bilhão da Americanas, segundo informou a assessoria de imprensa do banco sobre a decisão da 2º instância do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ). A fundamentação para tanto foi de que não dá para garantir que a empresa tenha livre acesso ao recurso, em especial em um contexto em que há risco de calote, conforme explicou o BGT sobre a liminar.
A Americanas entrou com pedido de recuperação judicial no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro no dia 19 de janeiro, informando que o valor total de sua dívida é de cerca de R$ 43 bilhões.
O pedido é o quarto maior da história do país, ficando atrás somente dos da Odebrecht, da Oi e da Samarco. A quantia em caixa, segundo a varejista, estaria em R$ 800 milhões.
Agora é aguardar os desdobramentos. O que você acha sobre isso tudo?
Comments