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Havaí impõe nova taxa sobre turistas e cruzeiros: sustentabilidade ambiental ou risco à indústria do turismo?

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Novo imposto sobre turistas levanta debate sobre custo-benefício das férias no arquipélago e ameaça competitividade do destino.


O Havaí se prepara para implementar, a partir de 1º de janeiro de 2026, uma nova taxa de 0,75% sobre acomodações temporárias e passageiros de cruzeiros. A medida afeta diretamente hotéis, aluguéis de curta temporada e os milhares de turistas que desembarcam diariamente nas ilhas por meio de navios. A novidade, somada a outros tributos já existentes — como o imposto estadual sobre acomodações de 10,25%, taxas locais adicionais próximas a 3% e o imposto geral sobre consumo — poderá elevar a carga tributária total para cerca de 19%.


O objetivo declarado do novo imposto é ambicioso: financiar iniciativas de resiliência climática, mitigar os efeitos das mudanças ambientais e apoiar a reconstrução de áreas devastadas por desastres naturais, como os incêndios que destruíram a cidade histórica de Lahaina em 2023. O governo estadual estima que a nova taxa possa arrecadar anualmente cerca de US$ 100 milhões, destinados à preservação dos ecossistemas e à sustentabilidade econômica da região.


Reação negativa e temor no setor de turismo

Contudo, a proposta tem gerado forte reação tanto entre turistas quanto entre agentes da indústria turística. Muitos visitantes têm se mostrado apreensivos com o aumento dos custos de hospedagem, considerando que o Havaí, já conhecido por seus preços elevados, poderá se tornar financeiramente inviável para um número crescente de viajantes. Vários turistas admitiram estar repensando planos de retorno às ilhas, optando por destinos mais acessíveis no Caribe, América Central ou Sudeste Asiático.

Profissionais do setor também alertam para os riscos. Como o turismo é responsável por aproximadamente um quinto da economia do estado, qualquer retração na demanda pode provocar efeitos colaterais em cascata: perda de empregos, queda na arrecadação fiscal e enfraquecimento de pequenas empresas locais que dependem do fluxo constante de visitantes.


Sustentabilidade x competitividade: um equilíbrio delicado

Para as autoridades havaianas, o imposto é uma forma de garantir que os próprios turistas contribuam para a conservação do território que visitam — um paraíso natural que, além de frágil, enfrenta desafios ambientais cada vez mais urgentes. A aposta é que os visitantes reconhecerão o valor da taxa como um investimento na preservação das ilhas.


Ainda assim, críticos questionam se o momento é oportuno e se o impacto econômico poderá ser absorvido sem prejudicar a imagem do Havaí como destino turístico global. A comparação com outros paraísos tropicais, que não impõem encargos tão elevados, acentua a preocupação com uma possível fuga de turistas.


Futuro incerto e ajustes à vista

Com os olhos voltados para os próximos anos, o desafio será manter o delicado equilíbrio entre a preservação ambiental e a vitalidade econômica do setor turístico. A arrecadação da nova taxa será monitorada de perto, e o governo não descarta eventuais ajustes na política fiscal, conforme a resposta do mercado.

Enquanto isso, turistas do mundo todo já se veem diante de uma nova pergunta: vale a pena pagar mais caro para visitar o Havaí? Para o estado, o futuro do turismo e da sustentabilidade ambiental caminham, agora, lado a lado — nem sempre em harmonia.

 
 
 

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